sexta-feira, março 30, 2007

Vontade.

Sabe aquela vontade, daquelas vontades bem loucas,
de escrever alguma coisa?
Vem assim sorrateira, tentando rimar, faceira,
e se esconde em um véu de tola transparência.
Coça as mãos. Os braços. O cerebelo.
Arrepia cabelos e pêlos.
Pelo menos.

É feito vontade de fazer algo qualquer.
Vai deixando, deixando,
e de repente todos os dias gritam pelo prazer de fazer.
Até que se faça.
E provavelmente se esqueça.
E que se imponha de novo. Vai saber.

Quanto a escrever não se precisa muito tempo.
A vontade já se instala louca.
Vai forçando seu raciocínio lento da manhã,
assolando seu dia feito sol de meio,
e se inunda à noite em torno de luas.
É algo que não se consegue fugir.
E vem assim, meio selvagem, meio doente.
Vomitando o que se tem
explorando o que se não.

É feito amor.

Bem que não queria ser.
Porque é entrega.
É apego.
E essa vontade me manda, feito feitora, eu feito escrava.
E não peço arrego.
Nem quero, ai de mim.

2 comentários:

Mario Poloni disse...

Excelente!!!!!
Bjssss!!!

Sheltom de Aragão e Samuele Rodrigues disse...

Muito bom manu....vc eh excelente!


vc sabe que eu te adoro, e seus textos são muito bons, bem trabalhados e..."viajante" tbm...uahuahuha

bj, te adoro!!!


Ps: Não deu tempo de comentar na hora que vc falou cmg, mas eu naum deixei decomentar =)