sexta-feira, maio 19, 2006

Enquanto o Sorriso não Vêm...


-"Então sorria" - disse a menina.
O rapaz que a escutava sorriu levemente e seguiu em frente.
-"Sorria" - gritou a menina, enquanto pulava entre o verde jardim.
Sorrindo intensamente, brilho nos olhos cheios de travessuras.

O orvalho da noite transformou árvores e plantas em gelo.
Havia um corpo na cama.
Um certo desmazelo,
Enquanto flores mortas repletas de odores se desfaziam em petalas e fim.

Todos olhavam,
Todos viam.
Mãos tocavam, mãos sentiam...
Não batia o coração, não havia pulso ou qualquer sensação.

-"Então sorria" - disse a menina.
Lágrimas entre olhos e pálpebras.
Trémulas mãos entre cabelos.
Sorrisos desfeitos.

Enquanto a juventude brincava de ser jovem
e os pássaros cantavam a dor da morte,
Risos foram ouvidos. Risos além.
-"Sorria" - gritava a menina enquanto pulava entre o verde jardim.

sábado, maio 06, 2006

O dia em que o tempo parou...


Estava pensando em escrever sobre amores ou então sobre cores, talvez até momentos... Mas no fim não tenho vontade de nada, além de sorrir.

Entre risadas, sorrisos e gargalhadas...
O tempo parava,
Contrariando tudo o que se esperava.
Para ver a banda passar -
Com suas cores, seus laços e seus odores -,
Uma multidão acompanhavam passos.

Não havia dia,
Não havia noite.
Nenhuma corrente de ar tremulava os tecidos frágeis...

Crianças corriam paradas,
Homens batiam palmas sem ruídos,
E havia o silêncio dos passáros.

Enquanto melodias sussurravam nos ouvidos mais despertos...

Para ver a banda passar,
A mãe deixou as coisas de casa...
Correu pela rua de barro,
Desceu ladeira abaixo, machucou joelhos e feriu pés...

Ao ver a banda passar o tempo parou,
O sorriso estacionou nos lábios.
Sensação de gargalhadas silenciosas...

E doces melodias sussuravam nos ouvidos mais despertos.


-----> O tempo parou como não deveria ser.


Estava pensando em escrever sobre amores, quem sabe sobre cores ou então momentos. Mas o tempo parou... Não esperava por isso. Agora não tenho vontade de nada, além de sorrir.

quinta-feira, maio 04, 2006

Flores...


Aromas pairam no ar.
Entres diferentes perfumes distingue-se o de flores do campo...

Foi um sonho que tive:

“Caminhava distraída sem pensar em nada, nem na vida, observando mãos e pés, movimentos e ventos, e entre ruas, escadas e sacadas esbarrei-me em corpos. Não. UM corpo... Entre suas mãos vi meus braços. Face a face, olho a olho (ainda que minha cabeça se projetasse para o alto). Não era lindo, mas era belo. Quase um anjo sem sexo. Mudos por longos minutos, apenas nos analisando. E por um segundo surgiu um sorriso. Desculpamo-nos ao mesmo tempo e seguimos nossos caminhos..."

Nesse momento acordei.

Abri lentamente os olhos, pedindo -desesperadamente- que fosse um sonho (eu não podia ser tão estúpida na vida real, não acham? Nem pedi o telefone do garoto!!! ツ), lentamente as mãos passearam pelo rosto, em um minuto de sonolência e despertar, e foi assim que aromas diferentes penetraram em minhas narinas... Dentre todos cheiros os de flores do campo sobressaiam-se... O corpo sentou, as mãos entre os cabelos enquanto os olhos abriam-se lentamente...

Era um quarto repeleto de cor... Inundado de flores amarelas. Percorri minhas mãos entre as pétalas finas e leves, levei algumas para as narinas e aspirei lentamente. Um aroma doce e adorável de flores... Flores...

A cabeça pendeu para o travesseiro, os olhos fecharam-se travessos e o sorriso no rosto persistiu... Pena que os poucos minutos de sonolência levaram embora todas as minhas pétalas sonhadoras...

De sonho em sonho... De corpos a flores... De risos a sorrisos.

Mas foram os cheiros de flores que me acompanharam por todo um dia.