sexta-feira, março 30, 2007

Vontade.

Sabe aquela vontade, daquelas vontades bem loucas,
de escrever alguma coisa?
Vem assim sorrateira, tentando rimar, faceira,
e se esconde em um véu de tola transparência.
Coça as mãos. Os braços. O cerebelo.
Arrepia cabelos e pêlos.
Pelo menos.

É feito vontade de fazer algo qualquer.
Vai deixando, deixando,
e de repente todos os dias gritam pelo prazer de fazer.
Até que se faça.
E provavelmente se esqueça.
E que se imponha de novo. Vai saber.

Quanto a escrever não se precisa muito tempo.
A vontade já se instala louca.
Vai forçando seu raciocínio lento da manhã,
assolando seu dia feito sol de meio,
e se inunda à noite em torno de luas.
É algo que não se consegue fugir.
E vem assim, meio selvagem, meio doente.
Vomitando o que se tem
explorando o que se não.

É feito amor.

Bem que não queria ser.
Porque é entrega.
É apego.
E essa vontade me manda, feito feitora, eu feito escrava.
E não peço arrego.
Nem quero, ai de mim.

quinta-feira, março 29, 2007

Cantoria,

De repente me imaginei em um outro mundo,
cujas paredes são brisas
e o ar é feito concreto.
Vi-me entre o pé e a estrada,
entre o movimento e o estático.
Sorri, como toda boa garota.
Dentre o diverso sempre surge o complexo.
Mas o oposto? Este é bastante simples.

E sempre tentamos não escrever quando queremos dizer tudo.

terça-feira, março 20, 2007

Sentimentalismo



Tanta coisa para escrever.
Tantas palavras surgem na cabeça desta eterna viajante.
Mas nada é digno, nada é correto, nada encaixa...
E tudo parece fluir:
O fluxo do sangue no corpo,
a pulsação nas veias,
a respiração que dá vida aos pulmões.
- Bravo.
Grita a mente enraivecida.
A oportunidade perfeita para contar segredos
e me fecho em meu casulo quase patético.

Não seria eu se fosse de outra forma.
"Sentimental eu sou"...
E muito discreta.