
-"Então sorria" - disse a menina.
O rapaz que a escutava sorriu levemente e seguiu em frente.
-"Sorria" - gritou a menina, enquanto pulava entre o verde jardim.
Sorrindo intensamente, brilho nos olhos cheios de travessuras.
O orvalho da noite transformou árvores e plantas em gelo.
Havia um corpo na cama.
Um certo desmazelo,
Enquanto flores mortas repletas de odores se desfaziam em petalas e fim.
Todos olhavam,
Todos viam.
Mãos tocavam, mãos sentiam...
Não batia o coração, não havia pulso ou qualquer sensação.
-"Então sorria" - disse a menina.
Lágrimas entre olhos e pálpebras.
Trémulas mãos entre cabelos.
Sorrisos desfeitos.
Enquanto a juventude brincava de ser jovem
e os pássaros cantavam a dor da morte,
Risos foram ouvidos. Risos além.
-"Sorria" - gritava a menina enquanto pulava entre o verde jardim.